sexta-feira, outubro 07, 2005

a manobra de diversão dum chefe em Oeiras


Tenho pensado muito nos últimos tempos na estranha aparição da mirabolante candidatura de Isaltino Morais à presidência da Câmara Municipal de Oeiras. E pus-me a pensar porque carga de água Isaltino quereria voltar para a Câmara.
Ora vejamos, se ele está sob investigação por suspeita de fraudes no lugar de presidente que ocupou, é óbvio que voltando a ocupá-lo, ficaria sob um verdadeiro manto de suspeição e policiamento de todos os seus gestos. Nem um traque poderia dar, que não aparecesse logo alguém da oposição a cheirar se ele estaria a roubar alguma coisa...! A única coisa que lhe restaria fazer seria trabalhar MESMO. Ora esta não me parece ser a sua maior vocação.
Naaaaaão... a resposta tem que ser outra.

Imaginei as possibilidades, se a Teresa Zambujo concorresse sozinha.
Sozinha com a imagem que tem junto dos munícipes; sozinha com a obra 'visível', que encha o olho, que não fez; sozinha com a obra positiva 'invisível', que ninguém vê, que fez; sozinha com a opinião negativa que a generalidade dos munícipes têm demonstrado a seu respeito; sozinha contra o ambicioso PS.
Não é difícil imaginar que o PS ficaria com as portas da Câmara escancaradas. Bastar-lhe-ia, o que talvez fosse difícil, concordo, apresentar um candidato credível, boas ideias, um discurso convincente. A Teresa Zambujo restar-lhe-ia apostar no discurso vago, que tem andado a fazer, e ter a esperança de que o PS não tivesse candidato à altura.
Mas o risco do PSD perder a Câmara de Oeiras era grande, demasiado GRANDE.
E o Marques Mendes pode ser pequenino de tamanho, mas não é estúpido. Só havia uma forma de garantir a vitória 'absoluta' do PSD na Câmara de Oeiras. Arranjar uma forma de conduzir os eleitores a uma votação maciça na candidata Teresa Zambujo.
E a forma que, acredito, os três (Marques Mendes, Teresa Zambujo e Isaltino Morais) cozinharam foi na verdade muito simples. Aliás, é com coisas simples que se enganam os simplórios: Atirar com uma candidatura do Isaltino para a molhada (disfarçar a tramóia com umas quantas peripécias e malabarismos que todos conhecem) e subrepticiamente instilar no espírto das pessoas que existia um perigo real de Isaltino ganhar as eleições e voltar à presidência da Câmara, para continuar a 'meter no bolso' o dinheiro dos contribuintes.
Esta jogada bestial fez o seu efeito e começou-se a sentir nas pessoas o medo de que acontecesse mesmo. Começou-se a espalhar a ideia de que a única forma de evitar a vitória do Isaltino era garantir a vitória da Teresa, através duma votação maciça nesta. Votos que teriam que vir de todo o lado, claro. Daí o brilhantismo do golpe. O medo atingiu tal proporção que ouvi eleitores tradicionais do PS, do BE e até do irredutível PCP dizerem que iam votar Teresa (só para a Câmara...) tal o medo que tinham que o Isaltino ganhasse!

A jogatina continua: Ainda há pouco o Jornal da Noite da SIC afirmava que as sondagens, ou projecções ou lá o que é, apontam para uma vitória de Isaltino Morais em Oeiras. A VER VAMOS...

josé antónio


Foto: © josé antónio 2005.

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